Ministério Público acelera investigação sobre superfaturamento na compra de mochilas pela Prefeitura de Mari (PB)
Contratos incluem unidades simples a R$ 90 e mochilas com carrinho por R$ 120 cada; caso levanta suspeitas de dano ao erário e improbidade administrativa
O Ministério Público da Paraíba intensificou, nas últimas semanas, as diligências em torno de uma denúncia que envolve suposto superfaturamento na aquisição de mochilas escolares pela Prefeitura de Mari, município da Zona da Mata paraibana. Os valores pagos chamaram atenção: R$ 90 por mochilas simples e R$ 120 por unidades com carrinho, conforme documentos já juntados aos autos do procedimento em curso.
A investigação, sob responsabilidade do 3º promotor de Justiça de Sapé, Paulo Ricardo Alencar Maroja Ribeiro, conta com dezenas de documentos protocolados desde o dia 6 de junho. O caso foi formalmente distribuído para a promotoria que cobre a comarca de Mari e está sendo tratado como possível dano ao erário e ato de improbidade administrativa, conforme a classificação registrada nos sistemas do Ministério Público.
A Prefeitura de Mari aparece como parte noticiada no procedimento. Até agora, o caso está sob sigilo parcial quanto aos nomes dos envolvidos diretamente, mas os autos indicam que a administração municipal é alvo de questionamentos sobre a legalidade e a economicidade dos contratos.
Nos bastidores, o caso já ficou conhecido como o "Escândalo das Mochilas" — uma alusão ao suposto sobrepreço dos itens comprados com recursos públicos. Enquanto o valor de mercado para mochilas escolares básicas gira entre R$ 30 e R$ 50 em redes de varejo populares, a gestão municipal teria autorizado pagamentos superiores a R$ 90 por unidade simples, além de desembolsar R$ 120 por mochilas com rodinhas — valores considerados acima da média mesmo para materiais de marcas premium.
De acordo com movimentações processuais analisadas pela reportagem, a Promotoria já expediu pelo menos três ofícios nos últimos dias, além de ter realizado diversas diligências internas e juntado mais de 40 documentos comprobatórios desde o início do mês passado.
As movimentações mais recentes ocorreram em 14 de julho, quando o Ministério Público registrou a juntada de novo documento comprobatório (nº 2025/0001407842) e também marcou o encaminhamento do feito a um servidor. Esses registros sugerem a continuidade ativa das diligências e o aprofundamento da apuração dos fatos.
A Prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre os valores ou sobre os fornecedores contratados. Procurada por nossa equipe, a gestão não respondeu até o fechamento desta reportagem.
Embora parte do processo envolva a análise de certidões, notas fiscais e orçamentos comparativos, também foi identificada a juntada de contrafés, o que sugere o avanço para fases em que o contraditório está sendo respeitado.