Emerson Aluísio, Djá Moura e Noêmia Alves: quem fala, quem age e quem se esconde
1. Quando até Emerson Aluísio acerta
Tenho divergências profundas com o radialista Emerson Aluísio — políticas, ideológicas e de visão de mundo. Mas, neste sábado, 19, sou obrigado a reconhecer: ele tem razão ao criticar o desastre que se tornou a comunicação institucional da Prefeitura de Mari.
É um grupo de 13 assessores que fala apenas entre si, num circuito fechado nas redes sociais, ignorando boa parte da população — especialmente aquela que ainda depende do rádio como principal fonte de informação. São centenas de moradores fora da internet, desconsiderados sistematicamente pela atual gestão.
Depois, não compreendem por que os eventos públicos estão esvaziados. A resposta talvez esteja na ausência de diálogo com o povo.
2. Djá Moura: articulação política com sensibilidade
A presidente da Câmara Municipal de Mari, Djá Moura, merece um reconhecimento justo. Foi dela a articulação para trazer ao município o Programa Paraíba Pet, iniciativa do governo do Estado voltada à causa animal.
Pode até ser uma ação paliativa, mas foi conduzida com presença política, escuta e senso de urgência. E, num cenário de omissão generalizada, isso importa — e muito.
Djá também usou bem seu espaço na Rádio Araçá FM, neste mesmo sábado, para falar de autonomia política. Deixou claro que não irá carregar nas costas candidatos ligados ao fracassado governo Lucinha da Saúde. Uma fala rara em tempos de obediência cega, que mostra independência e coragem.
Ela se consolida, assim, como um nome a ser observado com atenção para o futuro próximo.
3. Noêmia Alves: o silêncio que diz tudo
Na contramão do que se espera de uma gestora pública, a secretária de Saúde, Noêmia Alves, permanece calada diante de uma grave denúncia envolvendo sua pasta: uma licitação de R$ 1,4 milhão em medicamentos, com indícios de irregularidade, já contestada formalmente por uma empresa de Pernambuco.
Não houve nota. Não houve explicação. Não houve sequer reconhecimento público do problema. O silêncio virou método.
Pior ainda é o que se ouve nos bastidores. Um servidor - não vou citá-lo de forma alguma - da Secretaria relatou algo desconcertante: quando chega à Secretaria, Noêmia sequer dá um “bom dia” aos subordinados. Pode parecer detalhe, mas não é. Educação e respeito também fazem parte da política. Quem não respeita os de dentro, dificilmente respeita os de fora.
Noêmia, ao adotar a omissão e a frieza como postura de gestão, apenas repete o pior da cartilha da prefeita que a nomeou.
Lucinha da Saúde perdeu o controle. Hoje, o governo parece um carro desgovernado — guiado por quem sequer sabe dirigir.