EDITORIAL | Secretário fala a verdade e vira inimigo da Comunicação de Lucinha da Saúde

Foto: Reprodução Google/Site ExpressoPB 

Em um momento no qual transparência e diálogo são mais do que nunca imperativos na gestão pública, a recente polêmica envolvendo a derrubada de árvores no centro de Mari (PB) expõe com clareza a grave crise interna da Comunicação oficial da Prefeitura.

O episódio, marcado por informações desencontradas e pela ausência de coordenação, revela não apenas a falta de alinhamento entre setores da administração, mas sobretudo uma grave falha no papel estratégico da comunicação institucional. A divulgação precipitada e equivocada de um suposto “projeto de substituição de espécies invasoras” — prontamente desmentido pelo próprio secretário responsável, Severino Ramos — escancara um ambiente de improviso e descontrole.

Diante disso, causou espanto — e preocupação — a postura do site ExpressoPB, que não apenas distorceu o episódio, como expôs de maneira desrespeitosa o secretário municipal em uma manchete carregada de juízo de valor: “Secretário Trapalhão”. A matéria, assinada por um portal com ligações diretas com o coordenador de Comunicação Institucional do município, Marcos Sales, ultrapassa os limites do jornalismo responsável ao atacar publicamente um membro do próprio governo.

Leia: ExpressoPB 

É fato notório em Mari que o ExpressoPB foi idealizado pelo próprio Marcos Sales, hoje responsável por falar oficialmente em nome da gestão da prefeita Lucinha da Saúde. O que se viu, portanto, foi uma reação institucional travestida de matéria jornalística, com traços de revanchismo pessoal contra um auxiliar de primeiro escalão. Para a população, ficou evidente que a comunicação do governo age mais como instrumento de retaliação do que como canal de integração.

Neste contexto, é urgente que a prefeita Lucinha da Saúde assuma o comando político da comunicação do seu governo e oriente melhor o seu porta-voz. Marcos Sales fala oficialmente em nome da Prefeitura — e sua conduta precisa refletir o interesse público, não disputas internas ou preferências pessoais.

Cabe ainda sugerir à própria comunicação institucional que passe a dar visibilidade real e contínua aos projetos desenvolvidos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Agrário (SMDEA). Liderada por Severino Ramos, a pasta tem entregue ações concretas que dialogam diretamente com as demandas da população, ainda que permaneçam à margem da propaganda oficial. Entre os projetos elaborados e em execução, destacam-se:

Quintais Produtivos (em parceria com a UFPB)

Hortas nas Escolas Municipais (em parceria com a Secretaria de Educação e UFPB)

Viveiros de Mudas

Farmácias Vivas (em parceria com a Secretaria de Saúde e UFPB)

Composta Mari (com a Secretaria de Urbanismo)

Educação Ambiental

Contabilidade Cidadã, Eficiência Energética e os projetos “Cuidando de Quem Cuida” nas áreas de saúde e educação — todos com apoio técnico da UFPB.


Essas iniciativas, muitas vezes ignoradas pelos canais oficiais da Prefeitura, demonstram a relevância de uma secretaria que, mesmo sob ruídos políticos e institucionais, tem mantido sua atuação técnica e produtiva.

A população de Mari merece uma comunicação pública que una, informe e valorize o trabalho de todas as pastas, sem preferências ou perseguições. E merece uma prefeita que se faça presente na condução do seu próprio governo, impondo limites e garantindo que nenhum assessor transforme a máquina pública em palanque pessoal.

Severino Ramos, por sua vez, cometeu o que talvez tenha sido seu único “erro”: dizer a verdade. E numa gestão onde reina a opacidade, isso parece ser intolerável para alguns.

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