EDITORIAL | Mari (PB) vive o colapso de um governo que perde até nota fiscal
Durante um programa ao vivo na própria Araçá FM, um cidadão cobrou publicamente uma dívida antiga da Prefeitura. A resposta veio, rápida, por parte do assessor de comunicação da gestão, Carlos Alcides. De forma cordial — como lhe é habitual — o assessor informou que o pagamento não havia sido feito por um motivo, no mínimo, estarrecedor: o setor financeiro da Prefeitura “perdeu a nota fiscal”.
O episódio não pode ser tratado como um deslize. Trata-se de uma confissão pública da desorganização e do amadorismo que tomaram conta da administração municipal. Perder uma nota fiscal é mais do que um erro técnico: é o retrato da falência de um governo. Falência moral, por desrespeitar o cidadão que prestou um serviço e ficou sem receber. Falência institucional, por admitir em rede pública que documentos fiscais são extraviados dentro da gestão. Falência comunicacional, por transformar o principal canal de imprensa da cidade em espaço de constrangimento e confissão de incompetência.
O governo de Lucinha da Saúde, que já demonstrava sinais de desgaste político e ineficiência operacional, agora beira a insolvência ética. Ao normalizar a desordem interna, transforma a exceção em regra, o absurdo em rotina.
Perder documentos é inaceitável. Usar esse argumento como justificativa pública para um calote, ainda mais. Governar exige zelo com os recursos, com as pessoas e com os compromissos firmados.
Lucinha, assim não dá. A cidade está sendo governada por uma gestão que perde até nota fiscal — e a credibilidade junto com ela.