ANÁLISE | Djá Moura e o respiro institucional em Mari (PB)

Foto: Reprodução Google/Câmara Municipal de Mari 


Num cenário em que as instituições municipais costumam operar em marcha lenta, por conveniência ou acomodação, a atuação da vereadora Djá Moura à frente da presidência da Câmara de Mari representa um raro ponto de equilíbrio. Não se trata apenas de manter a pauta em dia ou de cumprir regimentos; é a disposição de encarar temas sensíveis com firmeza e de manter diálogo com o Executivo sem abrir mão da independência do Legislativo que sinaliza algo incomum na política local: responsabilidade institucional.

Djá Moura tem conseguido organizar a casa — tanto no plano físico quanto simbólico. A recuperação da estrutura da Câmara, por exemplo, tem peso simbólico relevante. Num tempo em que prédios públicos viram depósitos ou são abandonados ao improviso, reabilitar a sede do parlamento municipal é um gesto que comunica respeito à representação popular.

No trato com o governo municipal, sua postura tem sido de ponderação, mas não de subserviência. Esse equilíbrio, que parece óbvio no papel, é difícil na prática, sobretudo em cidades pequenas, onde a política se confunde com relações familiares, favores e alianças de ocasião.

A atuação da presidente, embora não livre de críticas — o que faz parte da democracia —, tem marcado um contraste com o tom descompromissado que frequentemente molda o comportamento de outros agentes políticos na cidade. Não se trata de ruptura, mas de um passo adiante. Um gesto de maturidade institucional.

Em um município onde as estruturas democráticas ainda caminham entre o formalismo e a negligência, Djá Moura representa, hoje, mais que uma liderança pontual. Representa a possibilidade — ainda que incipiente — de que a política local reencontre algum sentido público.

Wagner Ribeiro - Jornalista Independente 

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